Chave: Sentença contra Nínive
Comentário:
Naum, livro contrastes, descreve o poderoso imperialismo de uma nação despótica e pagã, e declara o triunfo certo e final da justiça e soberania de Deus
A causa imediata da profecia foi a premente questão da justiça de Deus e sua fidelidade às promessas. Assíria, grande potência militar e econômica, havia dominado os destinos das nações limítrofes, inclusive Judá. Ao impor pesados tributos e exigir onerosa escravidão, aquela potência havia transformado Judá em um estado quase vassalo. A fim de proteger-se, Judá estabelecera alianças com outras nações, esquecendo-se da promessa de Deus de que ele protegeria a nação bem como seu povo.
Portanto, era fraca a vida nacional de Judá. Sua vida espiritual enfraquecia-se cada vez mais e sua segurança territorial corria constante perigo por causa das inscursões de hordas procedentes de Nínive. Surgiu, pois, a pergunta: "Esqueceu-se Deus de Judá? Por que prospera esta nação perversa da Assíria enquanto nós sofremos? São vazias as promessas de Deus?" E enquanto Judá não recebia resposta a tais perguntas, a desesperação se apoderava do povo.
De repente, ouviu-se a voz retumbante de Naum, que dizia: "Nínive cairá. Deus preservará seu povo." Esta profecia parecia inacreditável para os de limitada compreensão espiritual. O propósito da profecia era duplo: predizer a destruição de Nínive por causa de seu pecado; e aliviar a aflição e desesperança de Judá, assegurando-lhe que a promessa de Deus é fiel. A profecia tem um único assunto: Nínive cairá, Judá será vindicada.
Em seu estilo literário, o livro é a um tempo poético e profético, harmonizado a vivida linguagem metafórica com o estilo rude e direto da declaração profética. O primeiro capítulo é antes de tudo um salmo, ao passo que os capítulos 2 e 3 são proféticos.
Naum começa sua mensagem mediante uma declaração intrépida relativa à natureza e que toma vingança, o Senhor toma vingança e é cheio de furor: o Senhor toma vingança contra os seus adversários, e guarda a ira contra os seus inimigos" (1:2). Este tema satura o livro. Considerando que a Assíria pecou ao desprezar a Deus, será totalmente destruída. Judá foi desleal por não confiar implicitamente em Deus, estabelecendo aliança com outras nações. A queda e destruição de Nínive deve ser uma advertência para ela.
A mensagem de Naum é aplicável a todas as eras. Os que com arrogância resistem a Deus e não confiam na sua provisão e cuidado, sentirão inevitavelmente sua ira; os que nele depositam sua fé, esses serão preservados em virtude do amor divino.
Autor:
Naum, 1:1.
Pouco sabemos de Naum, excetuando-se o que se nos diz neste breve livro. Seu nome não é mencionado em nenhuma outra parte das Escrituras Sagradas, com a possível exceção da linha genealógica citada em Lucas. Tudo o que dele sabemos é que viveu em Judá, provavelmente em Elcos, localidade que não se pode indicar com certeza, e que foi contemporâneo de Jeremias. A palavra Naum significa consolo.
De acordo com os melhores cálculos, o livro foi escrito por volta do ano de 620 a.C.