Chave: Comportamento cristão.
Comentário:
Nenhum esboço breve pode proporcionar idéia da riqueza e simpatia desta extraordinária epístola. O principal motivo que inspira Paulo a escrevê-la é o de reivindicar sua autoridade apostólica, especialmente quando a igreja de Corinto tinha sido invadida por falsos apóstolos que procuravam minar sua autoridade e desencaminhar os crentes do evangelho que haviam recebido por seu intermédio. Escreve, contudo, não com caráter autoritário, mas antes como pai espiritual dos crentes de Corinto, aos quais ele ama e quer que respondam com reciprocidade ao seu amor e permaneçam fiéis as verdades que ele lhes comunicou. A situação em Corinto chegou a tal ponto que Paulo se vê na obrigação de falar por si mesmo. Conquanto apele para o conhecimento pessoal e íntimo que o povo tinha dele e de seu caráter, e lhes lembre os profundos sofrimentos e as vicissitudes porque passou a fim de comuncar-lhes a mensagem da salvação, ele o faz com humildade e sinceridade transparente, e por certo com relutância. Em toda a epístola, a dignidade, a devoção, a fé serena e a apaixonada consagração do apóstolo Paulo se destacam com um intenso resplendor que abranda o coração de todos, com exceção de alguns obcecados e indiferentes. Apresenta-se a si mesmo perante seus leitores como aquele que em sua própria pessoa é fraco e indigno, mas que, por meio dessa fraqueza, a graça e o poder do Deus Todo-Poderoso são magnificados. Em contraste com a auto-estima e interesses pessoais dos falsos apóstolos, contrapõe-se a abnegação de Paulo: tudo é de Deus e para a glória de Deus. O traço marcante em toda a epístola é o da segurança divina: "E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza" (12:9). Esta nova descoberta desta epístola em nossos dias, com sua doutrina de reconciliação em Cristo e seu tema de glória mediante o sofrimento, significaria uma renovação da visão e vitalidade do povo de Deus, e por este meio, uma bênção às multidões que vivem ainda em trevas espirituais.
Autor:
Não existem dúvidas razoáveis e respeito da paternidade literária de Paulo no que se refere a esta epístola. A segunda epístola aos Coríntios foi escrita no mesmo ano em que o foi a primeira, provavelmente seis meses depois.